segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ARTIGO SOBRE EDUCAÇÃO

O X da educação em três dimensões
Martim Saraiva Barboza, Professor, coordenador do Grupo de Educação Profissional da Agenda 2020

O papel da educação é formar pessoas competentes. E me alinho aos que entendem competência como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes para resolver problemas.

Para ser competente necessitamos dos conhecimentos básicos exigidos pela profissão, das habilidades mentais e motoras necessárias ao desempenho das tarefas e de valores éticos e morais de cidadania.

Valores éticos e morais determinam nossas atitudes e estas garantem que conhecimentos e habilidade serão usados para solucionar problemas e não para criá-los. Sem o tripé conhecimento, habilidades e atitudes não há competência que se sustente e por isso avaliar educação requer olhar as três dimensões e não apenas conhecimento.

Somente educação de boa qualidade não nos transformará em uma nação desenvolvida, mas sem ela não chegaremos lá e para termos educação de qualidade precisamos resolver três problemas.

O primeiro diz respeito aos alunos e suas atitudes, reflexo do comportamento social brasileiro, que faz com que o educador, em vez de orientador de aprendizagem, utilize seu tempo solicitando, repetidamente, que os alunos sentem, não joguem papel no chão, não batam no colega, não saiam da sala sem pedir licença, desliguem o celular, parem de conversar e perturbar a aula e não destruam os bens públicos ou dos colegas etc. Desgaste e tempo perdidos. Sem falar que álcool e outras drogas estão na sala de aula. Para resolver esse problema necessitamos de uma escola com regras e com apoio social. Todos Pela Educação é um bom caminho.

O segundo problema diz respeito ao professor. Fragilidade dos cursos que os formam, carreiras mal estruturadas, mal avaliadas e mal remuneradas. E as consequências levando a um beco sem saída. A desvalorização da profissão afastando os melhores. Quem incentiva seus filhos a serem professores? Nem mesmo eles. Como serão os futuros educadores em sua base cultural, conhecimentos e visão de mundo, se oriundos de famílias de poucas oportunidades e formados por uma escola de baixa qualidade do ensino fundamental ao superior? Não justifica, mas isso talvez explique o corporativismo e a visão estreita e radical das lideranças sindicais.

O terceiro problema diz respeito à falta de investimentos. A sociedade do conhecimento mudou as organizações investindo na área da gestão, nas tecnologias e na qualificação e valorização das pessoas. Mas e as escolas? Estrutura, manutenção, equipe diretiva, corpo técnico, tecnologias? Comparemos inclusive com algumas instituições cujos prédios são feitos com dinheiro público.

Um alerta. As assombrosas diferenças salariais pagas pelos cofres públicos e o desperdício de dinheiro público, pelo país afora, caracterizam uma injustiça que ofende, gera revolta e exige mudanças. Deixar tudo como está é absurdo. Mudar é preciso.

Publicado em 20/02/2009

artigos sobre educação


Seguem ai alguns artigos falando de temas educacionais mais polêmicos hj na educação.
Colegas de profissão que escreveram estes artigos, que hj ou futuramente irão ajudar na díficil tarefa de educar...

Professora Miriam...08/02/2010 X da Educação |

O papel da escola e dos pais

Carmen Lucia Reichel Lindemeyer, professora e psicopedagoga

É o momento em que toda a criança sente um misto de entusiasmo, curiosidade e medo. Para os veteranos a expectativa é pelo reencontro, novidades, mudanças e novos conhecimentos.

Para os que chegam à escola pela primeira vez, predomina o temor do desconhecido, alternado com o entusiasmo por iniciar nova fase, passando a sentir-se incluído no universo escolar. Em ambos os casos, o mais importante é a fase de readaptação/adaptação.

Cabe à escola preparar a recepção dos alunos, priorizando a afetividade e a socialização, para que a criança sinta-se acolhida. Já os professores, ao receber a turma, devem respeitar as individualidades, lidando com as diferenças. Cada criança tem o seu jeito de ser, manifestado das mais diversas formas. O professor deve estar atento aos desejos das crianças, cabendo-lhe proporcionar um ambiente de integração, com o objetivo de obter uma turma homogênea, sem deixar de ser dinâmica e participativa. Este é o seu desafio.

É fundamental que o professor responda a todas as dúvidas, satisfazendo a curiosidade das crianças, ao mesmo tempo em que vai apresentando a rotina, as regras e as combinações, o que deve ser feito aos poucos, evitando um acúmulo de informações novas, muitas das quais a criança não consegue registrar e assimilar.

Segundo Piaget, “em qualquer etapa da vida de um ser humano, a construção da aprendizagem depende das etapas anteriores.”

Dessa forma, cada etapa deve ser integralmente vivida, para possibilitar que a próxima não seja prejudicada. A criança jamais esquece o que aprende com prazer, e depende da sensibilidade e dedicação dos adultos que a cercam, para desenvolver-se de forma global.

Cabe à família valorizar a escola e incentivar a criança, preparando seu reingresso/ingresso, preocupando-se com todos os detalhes (uniforme, materiais), fazendo com que a criança participe dos preparativos.

Através do diálogo, deixar claro o papel da escola, que é de proporcionar um ambiente propício à aprendizagem e socialização; do professor, que é de ensinar a aprender; dos colegas, com os quais deve ser buscada a convivência prazerosa e produtiva, já que todos estão na escola com o mesmo objetivo.

A família deve entregar a criança à escola de forma confiante, passando por sua vez confiança e credibilidade na escola. Os pais devem estar bem informados quanto à metodologia e rotinas, para evitar dúvidas e desencontros.

A escola e os professores não devem ser questionados na frente das crianças; devem merecer respaldo e a confiança de que querem o melhor para nossos filhos. Integrar seu filho à escola e permitir que seja educado para a vida é o desafio maior de todos os pais.

ZERO HORA